Relatório Diário . Quinta-feira

Cheguei na rodoviária de Campinas. O horário? Meio dia, mais ou menos.

Detalhe: depois de ficar sem paciência nenhuma, pra toda a frescura que estava sendo escolher a tal blusa, decidi ir de tênis e roupa normal, básica, mas estava com um sapato social dentro da bolsa, pois é, cabe tudo dentro de bolsa de mulher. (Ok, vou parar de falar sobre roupa e sapato...).

Entrei em um táxi, consegui trocar de sapato dentro do veículo, (Gabiiiii, como você é ridícula...). Cheguei no local, que por medida de segurança, não será divulgado. Cheguei adiantada (às vezes me adianto, às vezes me atraso, quem me entende?...), a dinâmica em grupo começaria as 13:30h.(claro que como estamos no Brasil esse horário se estenderia por mais uma hora), mas eu estava lá. Esperei e aproveitei para observar quem estava ao meu redor. Não tinha ninguém.

Entrei no prédio, apresentei meu RG, entrei no elevador, nessa hora me deu uma mega vontade de rir, no elevador só tinham garotos, ou seja, eu comecei a pensar comigo mesma: “o que é que eu tô fazendo aqui?”, mas segurei o riso e desci no quarto andar.

Chegando, uma recepcionista pediu que nós esperássemos em uma sala, deixei minha bolsa em uma cadeira e sai em busca de água. Voltei.

Acho que depois de meia hora, mais ou menos, a psicóloga, que iria conduzir a dinâmica, entrou na sala se apresentando e pedindo que nós preenchêssemos uma ficha.

Nessa ficha tinham dados pessoais como: nome, endereço, curso, informações, algumas perguntas sobre a vida pessoal de cada um. Uma das questões perguntava sobre valores pessoais, pois é, valor pessoal. Quais seus valores pessoais?... Nem lembro o que eu respondi direito, só tenho certeza que usei as palavras: decidida, educação e família, mas nem me perguntem o que eu escrevi.

Depois do preenchimento, a dinâmica começou, propriamente falando.

A primeira tarefa foi assistir ao vídeo institucional da empresa, enquanto prestava atenção ao vídeo me lembrei de um outro vídeo institucional. Ele tem uma frase, que sempre é lembrada por todos “e até papai Noel de verdade...”, quem me conhece sabe do que estou falando...

Depois disso, foi o “momento apresentação”, cada participante tinha que dizer seu nome, sua idade, com quem morava, que curso fez, qual o ano de conclusão, experiência profissional e seus hobbys.

Fui a segunda pessoa a me apresentar, respondi tudo. Quanto aos hobbys, disse que gostava de treinar karatê(na verdade eu não gosto apenas, eu simplesmente amo, mas achei melhor nem me aprofundar muito nesse assunto), e pra minha surpresa haviam mais dois caratecas na sala, um deles professor e o outro, no máximo, faixa branca, mas tudo bem.

Acabada as apresentações fomos divididos em três grupos, a tarefa era criar um plano emergencial para “salvar” 50mil pessoas de um furacão, que iria passar pela região Nordeste do Brasil e nós como participantes de uma ONG, deveríamos desenvolver um “plano” rápido e eficiente.

Em geral acho que todos os grupos fizeram o “plano” de forma parecida. A primeira medida a ser tomada seria a evacuação da área, depois alimentação, o que mudou foi a forma como cada grupo planejou e os meios que utilizaram.

Ao fim de tudo cada participante resumiu o que estava sentindo em uma palavra. A palavra que escolhi foi “expectativa”, não pensei em nada melhor.

Novamente entrei no elevador, mas dessa vez descendo.

Sai do prédio e fui andando pela rua, queria encontrar um táxi que me deixasse na rodoviária, na verdade eu tinha o telefone do mesmo motorista que havia me trazido, mas como estava cedo, não me preocupei em andar um pouco.

Enquanto caminhava fui conversando com umas pessoas que também tinham participado da dinâmica/entrevista.

Aos poucos cada um foi para um lado, só restou eu e um rapaz que queria chegar ao terminal, para pegar um ônibus pra Sumaré. Nós fomos andando e conversando, ele é o professor de karatê que eu já havia citado, há umas 20 linhas pra cima.

O garoto é simplesmente um excelente amigo para se ter, engraçado, inteligente, mas o que mais me chamou atenção foi a forma como ele foi espontâneo, estávamos os dois andando sem saber pra onde ir (apesar de eu escutar a frase “ahh, já sei aonde a gente tah...” repetidas vezes, por ele), mas fomos andando.

No fim, conseguimos encontrar o Centro da cidade e de lá, ficou fácil encontrar ônibus.

A gente andou muito, mas muito mesmo e pra ajudar eu ainda estava com um sapatinho social, vai imaginando... perdi minha “agenda” pelo caminho, ela caiu da minha pasta, mas eu nem percebi.

Quando estávamos quase chegando no ponto de ônibus, passei meu msn e orkut para ele, acho melhor nem escrever aqui como a gente, ou melhor, como ele fez para conseguir caneta e papel, mas que foi engraçado foi!

Resumo do dia:

Valeu a pena ter ido pra Campinas, perdi meio dia de trabalho, mas ganhei experiência em dinâmica em grupo e ainda de brinde um novo amigo muito gente boa. Ainda o chamo pra me visitar aqui em Indaiatuba, a vantagem daqui é que por mais que a gente se perca é impossível não se localizar, a cidade não é grande.

E como me disseram na sexta: o que mais me divertiu foi a volta pra casa.

Cheguei na rodoviária, esperei enquanto o ônibus não chegava, comprei umas balas, em casa, só me lembro de ter tomado banho e jantado, depois disso dormi.

Acordei assustada no sofá da sala com o mp4 no ouvido, e com o som do meu celular tocando. Adivinhem quem era?

Lembra que eu disse que perdi minha agenda, pois bem, era a pessoa que a achou. Ele queria saber como eu iria busca-la, daí expliquei que não morava em Campinas e que não dava pra viajar só para ir buscar um caderninho.

- Então, faz assim: pega para você de presente. Eu lhe disse.

Depois disso a pessoa ainda tentou me passar uma cantada, perguntando quantos anos eu tinha, se eu namorava e se ele poderia ficar com o numero do meu telefone também, bizarro.

- Viu... não me passa nenhuma cantada não, muito obrigada por ter ligado, mas não vou buscar.

Agradeci novamente, desliguei o telefone, fui pro meu quarto, ri pelo caminho, deitei e voltei a dormir.